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Ana das Carrancas

Ana das Carrancas

Petrolina (PE)

Ana Leopoldina dos Santos, nascida em Ouricuri (PE) em 1923, mais conhecida como Ana das Carrancas, foi uma importante artesã ceramista de Pernambuco.

Ana louceira, a “dama do barro” como passou a ser conhecida, sempre teve seu trabalho como instrumento de expressão artística. Filha de artesã, desde os sete anos já ajudava a mãe na produção de brinquedos de barro que eram vendidos na feira. Anos depois, jovem viúva e com duas filhas, tornou-se famosa pela produção de panelas e outros utensílios de cerâmica. Mas é no segundo casamento, com José Vicente, que sua história se transforma.

Na busca por melhores condições de vida, Ana das Carrancas muda-se para Petrolina (PE) e pede ajuda aos santos para sair da condição de pobreza. No dia seguinte, às margens do rio São Francisco, observando as embarcações que navegam em suas águas, Ana percebe a imponência das carrancas, esculturas de madeira representando criaturas míticas que são colocadas nas proas dos barcos para espantar os maus espíritos do rio.

Inspirada, ali mesmo produz sua primeira carranca de barro. O sucesso é tamanho que exige a formação de uma equipe para produção em larga escala. O mais curioso é que todas as suas peças possuem os olhos vazados, como uma homenagem ao seu marido, deficiente visual.

A obra peculiar da artista ganha reconhecimento nacional e internacional e se espalha pelas feiras e exposições pelo país, conquistando também admiradores em todo o mundo. Em 2006, Ana das Carrancas recebe o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Dois anos mais tarde, vem a falecer aos 85 anos, tendo transmitido seus conhecimentos a suas filhas que dão continuidade à marca da “dama do barro”. Dentre suas célebres frases está a famosa: “Meu sangue é negro, mas minha alma é de barro”.

Maria da Cruz dos Santos é discípula fiel da mãe. A história de Maria com o barro se deu ainda na infância, quando ela precisou ajudar a mãe a concluir uma grande encomenda. “Eu comecei mesmo quando ela pegou uma encomenda de 500 peças. Na época eu tinha uns oito anos de idade e não trabalhava, apenas estudava. Quando ela me disse a quantidade de peças que tinha que fazer, eu fiquei assustada, porque ela fazia tudo sozinha”.

Após três dias seguidos de trabalho, Maria fez uma carranca “escondida” de Ana e mostrou a peça a ela. “Meu coração disparou na hora, porque ela olhou pro céu, deu graças a Deus, e disse que sabia que a partir dali pra frente teria alguém que realmente iria ajudá-la em tudo”.

A mestra afirma que o legado de Ana das Carrancas está em suas mãos, e que ela só vai deixá-lo quando for para junto de sua mãe.