Na comunidade de Santa Isabel do rio Tupana, os paneiros, cestos, remos e outros utensílios são produzidos artesanalmente há gerações, utilizando fibras vegetais dos cipós ambé e titica, além das palhas de babaçu, tucumã e buriti. Esse saber tradicional tem origem na etnia Mura, povo nômade e guerreiro que habitava a região do rio Tupana e navegava com destreza por toda a bacia do Madeira. Conhecidos como “corsários dos caminhos fluviais”, os Mura resistiram ao avanço das missões jesuítas e ao domínio colonial, preservando seus modos de vida e seus conhecimentos sobre a floresta e as águas.

Ao longo do tempo, os Mura acolheram outros povos — negros fugidos, ciganos e indígenas dispersos — e, no ciclo da borracha, se miscigenaram com migrantes nordestinos, dando origem à população ribeirinha que hoje vive às margens do Tupana. Essa herança se reflete no modo de fazer o artesanato, que combina tradição e inovação. Em 2015, com o apoio da ONG Casa do Rio, mulheres indígenas e caboclas formaram o grupo Teçume, fortalecendo a produção e a comercialização de peças feitas com técnicas ancestrais.

As artesãs do Teçume da Floresta hoje organizam coletivamente seu trabalho e participam ativamente de discussões sobre sustentabilidade, agroecologia e questões de gênero. Localizada em Careiro Castanho, a comunidade vive cercada pela rica natureza amazônica e mantém viva a tradição Mura, reafirmando sua identidade e o vínculo com o território.

Tamanho: 10cm diâmetro

Valores por unidade/peça. Por se tratar de produtos artesanais, podem ocorrer variações em dimensões, cores e peso. As cores mostradas nas fotos podem apresentar variações conforme a tela ou monitor utilizados pelo usuário

Código de referência: 3863